segunda-feira, 18 de junho de 2012

O Movimento Docente em Busca de Unidade


O Movimento Docente em Busca de Unidade
comunicado  nº 006
Greve Docente na UFG

Comando Local de Greve de Goiânia
17/06/2012
Estamos em greve, é fato.  O caminho da construção dessa greve, entretanto, não tem sido suave — o que garantiu o seu sucesso foi a firme vontade da ampla maioria dos professores da UFG e o empenho incansável de inúmeros.  Enquanto isso, a diretoria da ADUFG optava por outros encaminhamentos, de modo que a construção da greve configurava aos poucos um poderoso movimento independente, como há muito tempo não se via.  Foi, em todo caso, essa divergência entre a direção sindical e o movimento da base o fator responsável pelo clima tenso e às vezes até hostil que se estabeleceu em alguns momentos e alguns espaços da Universidade.  Mas, em que pese a diferença de vontades que abalou a relação entre a base e a diretoria sindical, o Movimento Grevista jamais desejou a cisão da categoria, e por isso incumbiu o Comando Local de Greve (CLG) de buscar a unidade.  Pois bem, a oportunidade surgiu agora, quando a força do movimento e a massiva expressão de vontade da cate­goria se impuseram como sinal autoevidente de sua legitimidade.
Assim, o CLG designou uma “comissão diplomática” para reunir-se com a
Diretoria da ADUFG e negociar.  Houve um primeiro encontro na última sexta-feira, que no início foi tenso, difícil, marcado pela dificuldade da diretoria do sindicato em reconhecer efetivamente a legitimidade do movimento grevista na sua forma concreta.  Mas aos poucos, à medida que se acumulavam nos argumentos as evi­dências da força do movimento grevista que os professores da UFG vêm construindo, alguns avanços foram possíveis.  Houve  um reconhecimento parcial da legitimidade do movimento grevista, e che­gou-se a um pré-acordo na direção da realização conjunta de uma assembleia.  No entanto, há ainda muitos pontos de divergência que é preciso superar, e uma segunda reunião de negociação deve acon­tecer na manhã do dia 18 de junho.
A negociação é, porém, delicada, porque não é admissível construir a unidade do movimento grevista ao preço da anulação dos princípios sobre os quais ele se erigiu.  A vontade coletiva que produziu a greve atual se manifesta, por intermédio de suas ações, também como um conjunto de valores e prin­cípios norteadores cujo abandono significaria a negação do próprio movimento grevista em sua essên­cia.  Por exemplo, não é possível ao movimento grevista, sem com isso deixar de existir enquanto mo­vimento democrático da base, aceitar a exclusão dos colegas não filiados ao sindicato dos processos decisórios associados ao movimento grevista, ou dos colegas lotados nos campi fora de sede.  Cabe, portanto, estabelecer as condições mínimas em que é possível o acordo que estamos buscando neste momento, fixando os princípios cuja negação inviabilizaria a solução negociada.
No espírito, portanto, da preservação do caráter democrático do movimento grevista em curso, para efeito do acordo a se firmar, foram consideradas como condições irrenunciáveis as seguintes:
1.       a assembleia deve ser uma Assembleia Geral, em que todos os professores da UFG, sem qualquer distinção, tenham direito a voz e voto;
2.       as deliberações serão decididas pelo voto de todos os presentes, não sendo admissível o voto por procuração.
Além disso, há que se negociar ainda algumas questões mais pontuais, ligadas por exemplo ao reco­nhecimento da legitimidade do movimento e à forma da condução da próxima assembleia.  Outras in­formações serão divulgadas quando estiverem disponíveis.
Comando de Greve

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